NOSSA CONVENÇÃO.

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"E dar-vos-ei pastores segundo o meu coração, os quais vos apascentarão com ciência e com inteligência." - Jeremias 3:15 (ACF).

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segunda-feira, 28 de outubro de 2013

Estudioso diz que Igreja Universal presta um “desserviço à fé cristã”

Estudioso diz que Igreja Universal presta um “desserviço à fé cristã”

O pastor americano David Allen Bledsoe, 44, frequentou cultos, ouviu fiéis e líderes durante três anos.
O pastor americano David Allen Bledsoe, 44 anos e há 14 no Brasil, durante três anos frequentou cultos, ouviu fiéis e líderes e pesquisou um bocado sobre as origens e o desenvolvimento da mais proeminente denominação neopentecostal do Brasil, a Igreja Universal do Reino de Deus (Iurd), liderado pelo polêmico bispo Edir Macedo.
Todo material foi transformado em livro pela Editora Hagnos. Movimento neopentecostal brasileiro: Um estudo de caso aborda também a história dessa vertente teológica em solo brasileiro, seus principais grupos e seu modus operandi. O pastor David disse: “Eu queria verificar se igrejas como a Universal impulsionam ou prejudicam a evangelização do povo brasileiro e de outras nações para onde suas igrejas enviam missionários”. E concluiu que a IURD após a pesquisa elaborada mais prejudica a evangelização do que impulsiona.
Confira a entrevista do pastor David Allen Bledsoe na integra concedida ao Cristianismo Hoje
CRISTIANISMO HOJE – Por que o senhor, sendo estrangeiro, resolveu fazer um estudo sobre o movimento neopentecostal brasileiro?
DAVID BLEDSOE – Em primeiro lugar, porque eu queria informar melhor a Igreja no Brasil sobre o discurso principal desse movimento, suas razões de existência e crescimento, entre outras características. Escolhi a Igreja Universal como foco porque ela é a manifestação neopentecostal mais reconhecida no país. Além disso, comecei a me preocupar mais com os membros das igrejas neopentecostais em relação ao seu entendimento da salvação. Percebi um problema grave através de conversas com eles – encontrei muitas pessoas sinceras e fervorosas, mas com dificuldades em articular uma razão para sua salvação que se baseasse na fé evangélica.
O que difere seu estudo dos anteriores sobre o mesmo assunto?
DAVID BLEDSOE –Há muitos bons estudos sobre o movimento neopentecostal escritos por sociólogos, antropólogos, historiadores e jornalistas. Contudo, há poucos que analisam os ensinos e abordagens neopentecostais com parâmetros evangélicos. Não descobri nada escrito, por exemplo, sob uma perspectiva missiológica. Eu queria verificar se igrejas como a Universal impulsionam ou prejudicam a evangelização do povo brasileiro e de outras nações para onde suas igrejas enviam missionários.
E qual é a resposta?
DAVID BLEDSOE –Lamento dizer que denominações como a Igreja Universal acabam causando danos à evangelização no Brasil. Em primeiro lugar, porque projetam uma caricatura de Cristianismo diante da sociedade. Segundo, porque essas organizações religiosas são muito antropocêntricas e pouco centradas em Cristo – ao contrário, há uma forte ênfase no diabo, no poder maligno. É claro que o Evangelho deve libertar a pessoa do domínio de Satanás; mas há uma preocupação enorme no discurso neopentecostal e entre os fiéis com isso, mostrando um erro grave. Além disso, é raro ouvir um adepto desse movimento que faça menção ao nome de Jesus para a base de sua salvação. Com pode alguém ser cristão sem Cristo? Em quarto lugar, há nesses meios um pragmatismo exacerbado. Ora, os meios devem ser tão justificáveis como os fins quando se fala em esforços missionários. Por último, vemos que muitos termos, temas e eventos importantíssimos na história da fé evangélica são ausentes ou redefinidos nessas igrejas, e isso é traço de facção.
Então, a Igreja Universal não é uma denominação evangélica?
DAVID BLEDSOE –De acordo com o padrão evangélico estabelecido no meu livro – e esse padrão baseia-se principalmente nos documentos do Movimento de Lausanne –, ela acabou sendo desqualificada como tal. A Universal propaga uma mensagem distorcida do Evangelho, prendendo seus adeptos em uma cosmovisão religiosa popular, em vez de libertá-los dessa artimanha diabólica. Ela também emprega rituais religiosos narcisistas e animistas. Outra característica que a desqualifica como evangélica é que não promove laços fraternais esperados para uma igreja baseada no Novo Testamento – ali, a pessoa se relaciona com Deus principalmente através da instituição e do que ela oferece em trabalhos especializados. Por último, a Iurd adota postura sectária, agindo com aversão e superioridade para com os outros grupos. Isso, sem falar na exploração de seus fiéis, tratando dízimos e ofertas como um ato quase sacramental. Os grupos neopentecostais têm mais em comum do que diferenças. Certamente, há nuances em cada igreja; todavia, todas elas acabam empregando estratégias parecidas: escolha de locais para seus templos onde ocorre grande movimento de pessoas; uso do rádio e da TV; múltiplas reuniões por dia; ênfase na cura e na libertação; orações fortes e tratamento de causas sentimentais e impossíveis etc.
Se não podem ser consideradas evangélicas, o que seriam essas denominações?
DAVID BLEDSOE –Seria melhor encará-las como grupos religiosos populares que saíram do evangelicalismo brasileiro, ou melhor, de pentecostalismo brasileiro, mas que não tiveram continuidade em áreas fundamentais para serem incluídos no campo evangélico. Elas são evangélicas apenas no mesmo sentido que a Igreja do Socorro, em Juazeiro do Norte [no Ceará, importante centro de peregrinações populares em torno da figura do falecido padre Cícero Romão, tido como santo pelos devotos], pode ser considerada uma Igreja Católica Apostólica Romana – isto é, seria uma forma popular de catolicismo.
No livro, o senhor diz que o modo de operar das igrejas neopentecostais influencia as denominações pentecostais e até mesmo as históricas. Como isso ocorre e qual as consequências de tal processo?
DAVID BLEDSOE –O período neopentecostal é descrito como a terceira onda do pentecostalismo brasileiro. O termo se encaixa bem, pois ondas têm a capacidade de transbordar e misturar-se com outros elementos. Paulo Ayres Mattos diz que o neopentecostalismo é uma série de continuidades e descontinuidades. Igrejas pentecostais formadas antes dessa terceira onda, bem como igrejas renovadas e igrejas da missão, têm recebido influências neopentecostais. Embora algumas tentem alertar seu povo contra essas influências, podemos observar muitos elementos neopentecostais em cultos de igrejas de outras linhas teológicas – principalmente, em relação à confissão positiva e à pregação da prosperidade.
Edir Macedo, certa vez, comparou a Igreja Universal à massa de bolo – nas suas palavras, “quanto mais apanha, mais cresce”. O senhor concorda?
DAVID BLEDSOE –É uma característica própria da Iurd crescer no meio de múltiplos escândalos. E, muitas vezes, esses escândalos a seguem por onde quer que vá, criando novos dramas no campo missionário. Mas há um ponto que quero destacar: não devemos pensar que o impacto da Iurd já terminou na sociedade brasileira, diante de seu declínio recentemente revelado no último Censo. A meu ver, ela se enraizou de tal maneira e em tantas áreas na sociedade brasileira que, provavelmente, garantiu seu futuro como instituição na história e no futuro do Brasil. A Universal é associada, na mente do brasileiro, à Rede Record, a catedrais bonitas em regiões nobres de grandes cidades e a uma voz de peso em várias camadas da política nacional. Ela não é mais encarada apenas como um monte de templos em áreas periféricas, embora esteja lá, ainda. Além disso, o seu discurso principal e as abordagens empregadas encaixam-se perfeitamente na cosmovisão do religioso brasileiro popular.
Podemos dizer então que o nepentecostalismo brasileiro está sempre se reinventando?
DAVID BLEDSOE –Concordo quando dizem que o impacto e o funcionamento das igrejas neopentecostais possa sofrer alterações nos próximos 20 anos. No entanto, seus líderes já provaram ser bem criativos e pragmáticos e serão capazes de fazer as alterações necessárias, ainda mais porque não precisam seguir tradições e detalhes doutrinários. Tenho lido muitas previsões dando conta de que o neopentecostalismo já está em declínio, através de algumas interpretações iniciais feitas com as estatísticas reveladas no último recenseamento. Entretanto, não vejo que ele vai perder muita força nem antecipo que haverá uma onda de igrejas neopentecostais fechando suas portas. Sempre teremos pessoas com problemas físicos, econômicos, conjugais e outras crises para superar. Além disso, o brasileiro é naturalmente místico, o que supera a visão racional das coisas. As pessoas encontram ali um serviço especializado, baseado em lemas como “pare de sofrer” ou “aqui o milagre acontece”. Então, basta entrar, cultivar fé e colaborar. Portanto, essas igrejas sempre terão clientela.
O conhecimento teológico e o estudo da Bíblia não são muito valorizados nas denominações neopentecostais, cuja plataforma está ancorada na experiência pessoal do crente. Porém, muitas correntes evangélicas que as criticam por isso enfrentam problemas nessa área, inclusive falta de interesse dos membros no estudo da Palavra de Deus. Há relação entre essas duas realidades?
DAVID BLEDSOE –Boa pergunta. Em geral, a confessionalidade não é algo que se destaca muito nas igrejas evangélicas brasileiras em geral. Muitas denominações, lamentavelmente, ou não promovem ou deixam sua confissão de lado. E os pentecostais, geralmente, têm um pé atrás com o estudo exegético da Palavra, o que pode ser comprovado por uma frase constantemente ouvida nesse meio: “A letra mata”. Entretanto, as igrejas de hoje precisam renovar seu compromisso também na centralidade das Escrituras para fé e prática. A falta da ênfase na hermenêutica evangélica, em busca da intenção original dos autores bíblicos para aplicá-la aos nossos dias, abre espaço para misticismo, leituras superficiais, subjetivismo relativo e até reinterpretações seculares. Posso até imaginar o apóstolo Paulo no céu, frustrado, ouvindo o que pregamos e dizendo: “Mas como esse cara chegou a essa conclusão sobre o que eu escrevi?!?”
Com a clara separação entre o neopentecostalismo e os outros setores do protestantismo brasileiro, pode-se falar em “dois brasis” evangélicos?
DAVID BLEDSOE –Sociologicamente, seria bom se pudéssemos criar essas categorias, para que sociedade brasileira pudesse entender melhor as duas realidades distintas. Pórem, isso será difícil até que a Igreja Evangélica brasileira, através de suas diferentes confissões e associações, resolva se esforçar para refletir teologicamente e, então, possa responder profeticamente às tendências, discursos e práticas que caiam fora dos ensinos e valores de Jesus e dos apóstolos. Temos as Escrituras e 2 mil anos de Cristianismo para nos nortear sobre as essências. Naturalmente, há um espaço para não ser tão fechado em questões secundárias, e devemos respeitar as diferenças.
Ultimamente, outras igrejas brasileiras e entidades evangélicas têm feito críticas às práticas neopentecostais. Muitos líderes se dizem prejudicados por elas, já que, na percepção social, todos são evangélicos – assim, escândalos pontuais acabam prejudicando a imagem da Igreja como um todo. Por que, então, faltam iniciativas mais claras no sentido de delimitar essas diferenças?
DAVID BLEDSOE –É outra boa pergunta que eu já fiz para mim mesmo: Por que não se coloca uma linha divisória clara em relação ao neopentecostalismo? Acontece que a cultura brasileira, em geral, não é de confronto; ela é mais pacífica e tolerante. Minha intenção não é julgar os irmãos brasileiros por não fazer o que eu queria ver, mas este é um dos motivos que me levaram a publicar o livro. Quero contribuir para uma conversa necessária sobre o que é ou não ser evangélico. Penso que isso precisa ser mais discutido entre líderes, em suas próprias denominações e em associações, já que o movimento evangélico não possui uma cúpula que declara julgamentos finais que todas as igrejas aceitarão, e nem queremos isso. Outro motivo é que a apologética é uma área que precisa ser mais apreciada e desenvolvida no campo evangélico. Por último, mas não menos importante, há um entendimento ingênuo, entre nós, do significado da conversão. Se a pessoa foi batizada em uma igreja evangélica, supomos que ela é, de fato, evangélica. Porém, como já se disse, passar a noite na garagem não faz de ninguém um carro…
Essa falta de uma conversão genuína pode ser apontada como o motivo de tanta flutuação de pessoas pelas igrejas?
DAVID BLEDSOE –O brasileiro gosta de fazer parte de um projeto maior, que favorece movimentos como as igrejas neopentecostais, por exemplo. Vejo que o brasileiro, em geral, não é tão anti-institucional e nem tem tanta resistência às estruturas burocráticas, desde que funcionem para seu proveito. Se acha que o sistema dá certo para ele, o sujeito não se importa com suas ineficiências e eventuais problemas.
Mas hoje em dia, os chamados “desigrejados” – pessoas que já tiveram envolvimento direto com igrejas e que, com o passar do tempo, foram se desgastando e decepcionando, passando a viver uma fé de expressão individual ou em pequenos grupos, sem a presença de uma liderança formal – são um segmento crescente. Na sua opinião como pastor, esse modelo de fé é legítimo e atende às necessidades espirituais e devocionais do indivíduo?
DAVID BLEDSOE –A meu ver, a igreja local pode existir em contextos que não exijam bagagens institucionais. A Igreja primitiva se reunia nas sinagogas quando podia, mas também nas casas dos irmãos. A Igreja neotestamentária é aquela em que os crentes têm compromisso com o Evangelho e também uns com os outros, para estudar e seguir os ensinos de Cristo e dos apóstolos, à luz das Escrituras Sagradas. Isso pode ocorrer em residências, salões ou templos. Agora, sua pergunta sinaliza uma situação que me preocupa. As igrejas do Novo Testamento possuíam líderes e características que as igrejas de hoje devem possuir também, como a centralidade de Cristo e a vigilância em relação aos ensinos contrários aos conteúdos ministrados por Jesus e pelos apóstolos. Esse modo de vida se manifestava de muitas maneiras práticas, como a caridade e a pureza, no sentido de viver distintamente da sociedade. Precisamos refletir sobre se o que temos em nosso meio realmente é a fé dos apóstolos e se a temos manifestado em caridade e pureza comportamental. Isso só será possível se o Senhor derramar um verdadeiro avivamento nacional. A igreja é um grupo, mas nem todos os grupos são igrejas.
No momento em que o ateísmo e a rejeição à fé crescem em todo o mundo, inclusive no Brasil, o que se pode esperar para o futuro, em médio prazo, da Igreja Evangélica?
DAVID BLEDSOE –Devemos esperar o aumento do número de pessoas sem religião, além do fortalecimento de outras crenças não cristãs. Por outro lado, a influência do secularismo e do relativismo é tendência global e vai repetir-se aqui. A Igreja Evangélica no Brasil estará envolvida nessa nova realidade. Embora haja desafios, estou esperançoso.
O senhor é missionário internacional da Convenção Batista do Sul dos Estados Unidos, organização que já teve forte influência no exterior, inclusive no Brasil. Como é esse trabalho, hoje?
DAVID BLEDSOE –Nos últimos anos, minha junta missionária, junto com muitas outras, tem priorizado o envolvimento com povos não alcançados, em vez de investir no que chamam de campos missionários históricos. É uma visão bastante estreita de missões, e acredito que irá mudar aos poucos. Além disso, há um pensamento geralmente aceito entre os evangélicos norte-americanos de que o Brasil e outros países na América Latina já são bastante evangelizados e poderiam, portanto, andar com suas próprias pernas, sem ajuda de fora. Entretanto, ainda há áreas nas quais obreiros vindos de fora, como eu, podem colaborar, como desenvolvimento de liderança e educação teológica. Posso dizer que tenho tido o privilégio de trabalhar com líderes brasileiros, e o Senhor tem me usado para aperfeiçoar alguns deles. Na Cidade do Cabo [sede do III Congresso Mundial de Evangelização do Movimento Lausanne, em 2010], ouvi muitos relatórios dando conta de que a evangelização tem ido razoavelmente bem em muitas partes do mundo. Porém, as maiores dificuldades, segundo os missionários, é o desenvolvimento de liderança, particularmente na educação teológica dos mesmos e na formação de seu caráter. Vejo essas áreas como o fermento, que somente se manifesta depois de ser amassado e assado no fogo.
Quais devem ser as principais expectativas do obreiro cristão do século 21?
DAVID BLEDSOE –As expectativas dos obreiros de hoje não devem fugir ao padrão bíblico esperado. Penso que Paulo resumiu bem isso na exortação que fez ao seu jovem discípulo Timóteo: “Atente bem para a sua própria vida e para a doutrina, perseverando nesses deveres, pois, fazendo isso, você salvará tanto a si mesmo quanto aos que o ouvem.”
Fonte: O Diário / Folha Gospel

Interventor da Igreja Evangélica Maranata confirma uso indevido de dinheiro

Interventor da Igreja Evangélica Maranata confirma uso indevido de dinheiro

Indicado pela Justiça do Espírito Santo como interventor da Igreja Cristã Maranata, o coronel aposentado e pastor da denominação há 19 anos, Julio Cezar Costa, afirmou, em entrevista aoG1, nesta terça-feira (2), que está preparado para a função e se diz isento para o cargo. O coronel confirmou que houve uso indevido de dinheiro na Igreja Maranata, ressaltou que vai estar ao lado da Justiça para auxiliar no processo de fiscalização e se comprometeu a prestar contas regularmente sobre a situação financeira da instituição.
Ao fim do mandato de interventor, que dura 90 dias, ele pretende entregar o relatório completo ao juiz. Julio Cezar ficou conhecido no estado ao se revoltar quando soube que um amigo havia sido parado em uma blitz de trânsito em 2010. Na ocasião, o coronel repreendeu um policial militar pela ação em uma ligação para o Ciodes, que foi gravada.
Administradores da Igreja Cristã Maranata são investigados pelo Ministério Público do Espírito Santo desde março de 2012, por crimes como estelionato, lavagem de dinheiro, tráfico de influência, falsidade ideológica e desvio de dinheiro público. Pastores são apontados como agentes intelectuais que estariam interferindo no curso de investigações, ameaçando e intimidando testemunhas e até membros do Ministério Público e do Judiciário.
Minha atribuição não é julgar o que se deu, mas administrar o que se tem”
Julio Cezar, interventor
No último dia 22 de março, a Justiça decidiu promover uma intervenção judicial na Maranata. A escolha inicial, citada em decisão judicial, foi pelo nome do perito Jerry Edwin Ricaldi Rocha, mas ele recusou o convite, alegando problemas de saúde em família. Desde então, uma nova indicação estava sendo aguardada.
Ao saber da nomeação, no final da tarde desta segunda-feira (1º), Julio Cezar Costa afirmou ter sido pego de surpresa, mas ressaltou a experiência adquirida na polícia como auxiliar no trabalho a que foi designado. “Eu sou um homem que está acostumado com coisas difíceis. A surpresa veio porque eu não esperava que meu nome, na condição de professor, viesse a ser apontado nesse momento. Mas eu recebo com bom grado, até porque vou ter condições de mostrar à sociedade capixaba, mais uma vez, a idoneidade da minha pessoa e da Igreja Cristã Maranata”, disse.
De acordo com o interventor, a igreja adotou as providências cabíveis para as investigações. “A Igreja Cristã Maranata, a partir de seus órgãos próprios, apurou, no final do ano de 2010, por um procedimento administrativo e acabou por afastar pessoas e ajuizar ações requerendo um estorno para os seus cofres de um valor aproximado de R$ 2 milhões. Então, não podemos negar o óbvio. Mas eu, como administrador do estado na igreja, não posso ser leviano em adotar condutas que eu não possa provar”, explicou.
Questionado sobre os principais suspeitos de serem responsáveis pelo problema no caixa da instituição, Julio Cezar Costa preferiu não tomar posição de julgador. “Minha atribuição não é julgar o que se deu, mas administrar o que se tem. Eu não farei qualquer juízo de valor sobre aquilo que já está ajuizado, até porque não tenho a capacidade de intervir dentro do Poder Judiciário. A minha função é de auxiliar a Justiça na administração dos bens financeiros e materiais da igreja”, justificou Julio Cezar.
Como membro da igreja há 25 anos e pastor há 19, Julio Cezar não se vê como parte da instituição quando no cumprimento da função a que foi indicado. Segundo ele, o papel exercido será de um colaborador do estado. “Seria muito ingênua minha percepção se estivesse brincando com algo tão sério. O que fizemos na Polícia Militar, vamos fazer na Igreja Cristã Maranata, se for preciso. Mas sempre com muita responsabilidade, coragem e disposição. Eu sou um funcionário do Tribunal de Justiça, nesse momento, e não um pastor”, falou o interventor.
Nomeado interventor, Julio Cezar disse ter consciência da proibição que tem de tomar qualquer decisão doutrinária na igreja, mas disse que não vai abandonar a função de pastor. “Eu não estou proibido de pregar. Mas não vou me abster de pregar na igreja onde eu pastoreio. Minha função passa a ser só de pregador e não mais de doutrinador”, finalizou Julio Cezar.
Polêmica
O coronel Julio Cezar Costa se aposentou em setembro de 2011. Em julho de 2010, o oficial se envolveu em uma polêmica ao se revoltar quando soube que um amigo havia sido parado em uma blitz de trânsito.
Na ocasião, o coronel repreendeu um policial militar pela ação em uma ligação para o Ciodes, que foi gravada. Ele usou palavras de baixo calão e ofendeu o policial que estava ao telefone. Em março de 2011, o Ministério Público do Espírito Santo pediu o afastamento do coronel, alegando que ele interferiu ilegalmente e arbitrariamente quando ligou para o 190 do Ciodes e xingou a PM, defendendo um amigo que cometeu uma infração de trânsito.
A Justiça acatou a ação do Ministério Público Estadual (MPES) e concedeu uma liminar afastando imediatamente o coronel da Polícia Militar Julio Cezar Costa. Mas em abril de 2012, A Justiça inocentou o coronel e arquivou o processo contra ele, entendendo que o coronel não usou o cargo para ajudar o amigo.*

Informações Portal G1

Falso testemunho? Para comprar MTV, Igreja Mundial pede para fiéis fingirem doença

Falso testemunho?

Para comprar MTV, Igreja Mundial pede para fiéis fingirem doença

FOTOS EDUARDO PINTO/IGREJA MUNDIAL
Valdemiro Santiago toma o depoimento de fiíes em culto na igreja da avenida João Dias no último dia 6

Em carta encontrada em uma sala do templo da Avenida João Dias, na zona sul de São Paulo, a Igreja Mundial do Poder de Deus pede a fiéis para se "passarem por enfermos curados, ex-drogados e aleijados" e assim "conseguir convencer mais pessoas a contribuírem financeiramente para a aquisição do canal 32".
Por DANIEL CASTRO, em 28/10/2013 · Atualizado às 06h00









O canal 32 é uma concessão do Grupo Abril, usada até 30 de setembro para transmitir a programação da MTV Brasil em sinal aberto. Estaria à venda por R$ 500 milhões.
A carta, reproduzida abaixo, chama a atenção pelo "pragmatismo". Os interessados não precisam comprovar que tiveram alguma doença. Necessitam apenas ter disponibilidade para viajar "para dar seu testemunho de consagração e vitória". Recompensa-se o esforço com "uma ajuda de custo".
A carta tem um espaço em branco para o preenchimento do nome do bispo local, mas diz que se trata de um "pedido feito diretamente pelo apóstolo Valdemiro Santiago a todos os seus fiéis". Pede-se a destruição da carta após sua leitura. 
A carta obtida pelo Notícias da TV é uma impressão simples, embora colorida. Havia algumas dezenas delas na sala em que foram encontradas. 
A Igreja Mundial do Poder de Deus passa por grave crise financeira. Devendo entre R$ 13 milhões e R$ 21 milhões para o Grupo Bandeirantes, perdeu a locação de 23 horas diárias da Rede 21 e de três horas diárias nas madrugadas da Band. O espaço será ocupado justamente por sua principal rival, a Igreja Universal do Reino de Deus, de Edir Macedo.
A igreja vem fazendo intensa campanha para viabilizar seu projeto de televisão. Pede "ofertas de R$ 100,00" durante a transmissão de cultos. 
Notícias da TV tentou durante duas semanas uma entrevista com alguma autoridade da Igreja Mundial. Na semana passada, a igreja se limitou a informar que o bispo Jorge Pinheiro, segundo na hierarquia interna, declarou que "a informação não procede".
Veja a carta:

MOVIMENTO PENTECOSTAL É HERESIA, DEFENDE JOHN MACARTHUR Debate teológico sobre dons do Espírito renova polêmica

Movimento pentecostal é heresia, defende John MacArthur

Debate teológico sobre dons do Espírito renova polêmica
por Jarbas Aragão

Movimento pentecostal é heresia, defende John MacArthurMovimento pentecostal é heresia, defende John MacArthur





Strange Fire The Danger of Offending the Holy Spirit with Counterfeit Worship [Fogo Estranho: O perigo de se ofender o Espírito Santo com louvor falso] é o mais recente livro do influente pastor John MacArthur Jr. Além da obra, que será lançada em novembro, seu ministério realizou uma conferência com o mesmo nome. Durante o final de semana passado, ela reuniu 3 mil pastores e foi transmitida gratuitamente pela internet para cerca de 120 países. Desde então, a polêmica vem crescendo a cada dia.
O que está em questão é o antigo debate sobre os dons do Espírito Santo. Para cessacionalistas, linha teológica de MacArthur, os dons cessaram quando o último apóstolo morreu. O debate não é novo, desde o início do pentecostalismo moderno, vem desde as reuniões de avivamento da Rua Azusa, em Los Angeles, no ano de 1906.
O argumento dos pentecostais tradicionais e os neopentecostais é que nada mudou, o Espírito Santo continua agindo como nos dias do Livro de Atos, incluindo oração em línguas, curas e milagres.
A questão doutrinária não é tão séria em muitos países, onde tradicionais e pentecostais não estão divididos por este motivo. Mas nos Estados Unidos, que influencia a maior parte da teologia moderna, as acusações e questionamentos não param.
A revista Charisma, órgão de imprensa mais influente no meio pentecostal, tem publicado diariamente artigos sobre o tema. Por um lado, muitos líderes pentecostais acusam os cessassionalistas e igrejas históricas de serem “frios” e “fundamentalistas”.
Para o teólogo Eddie L. Hyatt, o mais recente livro de MacArthur “não representa uma busca honesta da verdade… Ele defende que as expressões modernas dos dons espirituais são falsas. Contudo, para isso utiliza evidências seletivas, o que gera um argumento circular. Ele começa e termina no mesmo lugar pois seu pressuposto é que ele já tem a resposta… Chamar pregadores pentecostais de hereges… curandeiros fraudulentos… e estelionatários espirituais são acusações sérias”, escreveu ele.
George O. Wood, presidente da Assembleia de Deus nos EUA, também se manifestou. “Reconheço que desde o século passado surgiram aberrações isoladas no comportamento e na doutrina dos que se identificam como pentecostais ou renovados. Mas o movimento como um todo provou ser uma força vital na evangelização mundial, o cumprimento da promessa que Jesus fez aos seus discípulos em Atos 1:8. Em nome dos 66 milhões de adeptos e mais de 360 mil igrejas da Assembleia de Deus em todo o mundo, agradeço a Deus que a fé e a vida da igreja de Atos 2 ainda estão sendo seguidas e vividas até hoje”.
O debate chegou também ao Brasil. O pastor Silas Daniel, da Assembleia de Deus escreveu “Se juntarmos todos os católicos carismáticos, os unitaristas e os carismáticos e neopentecostais adeptos da Teologia da Prosperidade ou de outras heresias em todo o mundo, eles provavelmente não chegam sequer a 30% dos mais de 800 milhões de pentecostais no planeta. Colocar todos eles no mesmo saco é de uma irresponsabilidade e insensibilidade enormes. Nas igrejas pentecostais europeias, por exemplo, quase inexiste a Teologia da Prosperidade. E mesmo nos EUA, Brasil e África, onde a Teologia da Prosperidade é forte, há muitos pentecostais que pregam e ensinam contra ela, inclusive a maior denominação pentecostal do nosso país”.
McArthur tem 45 anos de ministério. Ele já explicou que esse assunto não é o foco de suas pregações, mas que não tem por que esconder sua opinião. “Acho que é importante responder às críticas que vêm surgindo”, afirmou.
“Ele [o livro] é para a igreja verdadeira, para que as pessoas possam ter discernimento e sejam protegidas dos erros, e assim possam ser uma fonte de verdade para os outros, os que estão fora da igreja”, asseverou.
Aos que o acusam de não ter amor pelos irmãos pentecostais, replicou “Falta de amor é deixar as pessoas na escuridão e no erro. Também fui acusado de dividir a Igreja. Concordo com isso. A verdade, por sua própria natureza, causa divisão… É muito mais importante estarmos divididos pela verdade do que unidos pelo erro… Queria poder chamá-los de irmãos. Mas, o movimento pentecostal é feito, em grande parte, por “não-cristãos”.”
Entre os muitos pastores que apelaram pelo meio termo, está Mark Driscoll, da Igreja Mars Hill em Seattle. Ele esteve na conferência de McArthur, onde distribuiu gratuitamente cópias de seus livros. Também escreveu uma “carta aberta” a McArthur agradecendo quando o experiente pastor o criticou no início de seu ministério.
Driscoll acredita que o livro e a conferência de McArthur pode gerar uma necessária reflexão sobre a pessoa e obra do Espírito Santo em nossos dias. Contudo, pediu que McArthur estivesse mais aberto para dialogar com quem discorda dele.
Até o momento, McArthur não respondeu. O livro não tem data para ser lançado no Brasil. Curiosamente, entre as várias editoras que publicam outros livros de McArthur no Brasil, está a CPAD, ligada à Assembleia de Deus. 
Com informações de Christian Post e The Resurgence.