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sábado, 8 de fevereiro de 2014

O Martírio de Policarpo , Ultimamente ando lendo muito sobre os pais da Igreja (patrística). Umas das coisas que me impressionou foi a forma que os mesmos encaravam a morte.

O Martírio de Policarpo

Por Jonas Justiniano

O Martírio de PolicarpoO Martírio de Policarpo
Ultimamente ando lendo muito sobre os pais da Igreja (patrística). Umas das coisas que me impressionou foi a forma que os mesmos encaravam a morte. De fato, víamos Cristo na vida deles, entretanto, não só na vida, mas na morte. A forma que os Pais enfrentavam a morte nos serve de exemplo. Como ficaria  extremamente grande se eu fosse colocar o relato de todos os mártires desses heróis da Fé, escolhi Policarpo (155 D.C). Espero que nossos leitores reflitam na forma que ele encarou a perseguição e, através de sua morte, glorificou a Santíssima Trindade.
“O mais admirável dentre todos os mártires foi Policarpo. Ao ser notificado dos horrores praticados, não se perturbou, mas insistiu em permanecer na cidade. Acabou, porém, acatando a opinião da maioria e se afastou para uma pequena fazenda próxima à cidade, aí morando com alguns companheiros, orando dia e noite por todos os homens e todas as igrejas do mundo, conforme era seu hábito. Enquanto orava, três dias antes de sua prisão, caiu num arrebatamento espiritual e viu seu travesseiro ardendo. Voltando-se para seus companheiros, lhes anunciou: “Hei de ser queimado vivo”.
Como os que o andavam procurando não deixassem de persegui-lo, mudou de esconderijo. Nem bem se tinha retirado, sobrevieram guardas que, não o achando levaram presos dois jovens escravos. Um destes, submetido à torturam, falou. Policarpo não mais podia furtar-se, já que os próprios familiares o traíam. O chefe da polícia, que responde ao nome predestinado de Herodes, almejava levar Policarpo preso ao estádio, onde este terminaria sua peregrinação compartilhando a sorte de Cristo, enquanto seus delatores compartilhariam o castigo de Judas.
Assim, levando consigo o jovem escravo, numa sexta feira, na hora da ceia, guardas a pé e outros montados empreenderam a marcha armados dos pés à cabeça como se fosse contra ladrões. Entrada já a meia noite, chegaram à casa onde se escondia Policarpo. Este, deitado num quarto do andar superior, teria podido retirar-se para outra fazenda, mas não o quis, declarando apenas: “Seja feita a vontade de Deus!” Tendo ouvido a voz dos guardar, desceu e entrou em conversação com eles. Sua avançada idade e calma causaram admiração. Não compreendiam que se fizesse tanto alarde para prender um homem tão velho. Policarpo providenciou-lhes comida e bebida, tanto quando desejavam, a despeito da hora avançada. Não solicitou outra recompensa, senão uma hora para livremente orar, que lhe foi concedida. Começou a orar de pé, como um homem cheio de Graça Divina. Durante duas horas, incontivelmente, perseverou orando em voz alta. Todos olhavam para ele estupefatos. Muitos lamentavam-se por aprisionarem ancião tão divino.
Terminada sua oração, na qual mencionara a todos, humildes e grandes, ricos e pobres, familiares e amigos, toda a Igreja Universal, a gora de partir chegou. Sentaram-no num asno e caminharam para a cidade de Esmirna. Era o dia do grande Sábado.
Encontraram-se com Herodes, o eirenarque, e seu pai Nicetas, que o fizeram subir à sua carruagem. Sentados a seu lado, procuravam convencê-lo, dizendo: “Ora, que mal há em dizer ‘Senhor César’ e em sacrificar aos deuses, como de costume, se assim salvas a vida?” A princíipio, Policarpo decidiu não contestar. Mas, como insistissem declarou-lhes: “Não hei de fazer como me aconselhais”. Seus dois companheiros desiludidos, insultaram-nos e empurraram-no tão brutalmente para fora da carruagem que caiu e machucou as pernas. Policarpo não se inquietou. Com passo alegre e veloz, continuou caminhando. O grupo dirigiu-se para o estádio, onde o tumulto e a vociferação eram tantos que ninguém conseguia fazer-se ouvir.
Ao entrar no estádio, uma voz Celestial retumbou: “Bom ânimo, Policarpo, mostra-te viril”. Ninguém percebeu quem tinha falado, mas irmãos nossos ouviram a voz. Enquanto avançava Policarpo, o tumulto atingia o paroxismo: “Está preso Policarpo”. Finalmente, em presença do procônsul, este lhe perguntou se era Policarpo. E, ouvida a afirmativa, tentou persuadi-lo, com perguntas e exortações, a deixar sua Fé, dizendo: “Considera tua idade” e semelhantes coisas, como é de praxe nos lábios dos magistrados. Como acrescentasse: “Jura pelo gênio de césar; retrata-te; grita: abaixo os ateus!”, Policarpo, muito gravemente, olhando PARA OS PAGÃOS que enchiam as escadarias do estádio e acenando para eles, suspirou e exclamou: “Abaixo os ateus!” O procônsul insistiu: “Jura e te soltarei. Insulta a Cristo”. Policarpo respondeu: “Oitenta e seis anos há que sirvo a Cristo. Cristo nunca me fez mal. Como blasfemaria contra meu Rei e Salvador?”
O procônsul instou: “Jura pela fortuna de césar”. O bispo redarguiu: “Andar muito enganado se esperar que jure pelo gênio de césar. Já que decides ignorar quem sou, escuta minha declaração: EU SOU CRISTÃO. Se desejas saber o ensinoCristão, dá-me um dia e escuta-me”. Disse então o procônsul: “Persuade ao povo”. Policarpo retrucou: “Na tua presença parecer-me-ia justo explicar-me, porquanto aprendemos a prestar aos magistrados e autoridade estabelecidas por Deus a consideração que lhes é devida,na medida em que não contrariem nossa Fé”.
O procônsul disse: “Tenho ferasa meu dispor. Se não te retratas entregar-te-ei a elas”. Ao que respondeu Policarpo: “Ordena. Quando nós, cristãos, morremos, não passamos do melhor para o pior; é nobre passar do mal para a justiça”. Disse ainda o procônsul: “Se não te retratas mandarei que te queimem na fogueira, já que desprezas as feras”. Disse então Policarpo: “Ameaças-me com fogo que arde uma hora e se apaga. Conheces tu o fogo da Justiça vindoura? Sabes tu o castigo que devorará os ímpios? Não demores! Sentencia teu arbítrio”.
Policarpo deu estas e outras respostas com alegria e firmeza e seu rosto irradiou a Divina graça. O interrogatório perturbou não a ele mas ao procônsul. Este acabou mandando seu arauto proclamar por três veze, no meio do estádio, que Policarpo se confessara cristão. Então a turba pagã e judia não mais conteve sua ira e vociferou: “Eis o doutor da Ásia, o pai dos cristãos, o destruidor dos deuses, que, com seu ensino, afasta os homens dos sacrifícios e da adoração”. Enquanto tumultuavam, alguém solicitou ao asíarco Filipe que soltasse um leão contra o ancião. Filipe recusou, visto já ter terminado com os jogos. “Neste caso, ao fogo com ele!” Cumprir-se-ia a visão extática dos dias precedentes, quando o ancião viu seu travesseiro aradendo e anunciou: “Hei de ser queimado vivo”.
O desenlace precipitou-se. O povo amontoou lenha e ramos apanhados nas lojas e no banhos públicos, no que se destacaram, como de costume, os judeus, Nem bem aprontada a fogueira, Policarpo despiu suas vestimentas,tirou sua cinta e tentou descalçar-se. Ordinariamente não o fazia, porquanto os fiés rivalizavam entre si para o ajudar e tocar seu crpo. Tanta era sua santidade que, andes do seu martírio, já era objeto de veneração. Arranjou-se logo, algo para o prender à fogueira. Os carrascos pretendiam pregar seus membros, mas ele lhes disse: “Deixai-me livre! Aquele que me deu forças para não temer o fogo, forças me dará para permanecernele sem ajuda de vossos pregos”.
Não o pregaram; atiraram-no simplesmente. Atado aí, nas mãos para trás, Policarpo parecia uma ovelha escolhida na grande grei para o sacrifício. Levantando os olhos, exclamou: “Senhor Deus onipotente, Pai de Jesus Cristo, teu Filho predileto e abençoado, por cujo te conhecemos; Deus dos anjos e dos poderes; Deus da criação universal e de toda família dos jutos que vivem em tua presença; eu te louvo porque me julgastes digno deste dia e desta hora; digno de ser contado entre teus mártires e de compartilhar do cálice de teu Cristo, para ressuscitar à vida Eterna da alma e do corpo na incorruptibilidade do Espírito Santo. Possa eu, hoje, ser recebido na tua presença como uma oblação preciosa e aceitável, preparada e formada por ti. Tu és fiel às tuas promessas, Deus fiel e verdadeiro. Por esta graçae por todasas coisas, eu te louvo, bendigo e glorifico, em nome de Jesus Cristo, Eterno e sumo sacerdote, teu Filho amado. Por ele, que está comigo, e o Espírito Santo, Glória te seja dada agora e nos séculos vindouros. Amém!”
Depois de Policarpo proferir este amém, os carrascos acenderam a fogueira e a chama alçou-se alta e brilhante. Neste momento, presenciamos um sinal e nossa vida foi poupada, quem sabe para relatar este milagre….O fogo tomou a forma de uma abóbada ou de uma vela inclinada pelo vento e rodeou o corpo do confessor. Policarpo estava de pé, não como carne que queima, mas como pão que se doura ou como ouro e prata que se purificam.Sentíamos um perfume delicioso, como de incenso ou de aromas preciosos.
Finalmente, os criminosos sem lei vendo que seu corpo não podia ser destruído pelo fogo, mudaram um verdugo para o matar com a espada. Da ferida saiu uma pomba e brotou uma torrente de sangue tal que extinguiu totalmente o fogo. A enorme multidão maravilhava-se da diferença entre os infiéis e Eleitos….”
- O Martírio de Policarpo, Bispo de Esmirna (155)
Do Martyrium Polycarpi